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domingo, 15 de março de 2015

Ciclista percorre 1.380 cidades do Brasil

Em 15 anos, o atleta de esporte de aventura percorreu os 26 Estados e o Distrito Federal, passando por 1.380 cidades, em mais de 35 mil quilômetros rodados. Hoje ele faz o mesmo trajeto, contando o que aprendeu para as pessoas, sobre os perigos e a solidão da estrada.

Exposição de fotos que ilustram experiência aconteceu no Eliseu Viana – Foto Wilson Moreno

Exposição de fotos que ilustram experiência aconteceu no Eliseu Viana – Foto Wilson Moreno

Monalisa Cardoso – Da Redação – Gazeta do Oeste

Viver uma experiência que possibilitasse conhecer o Brasil, em suas belezas e necessidades. Esta foi a proposta do gaúcho Dag Carrazzoni, quando partiu de Porto Alegre-RS, no dia 1° de janeiro de 1995, em sua bicicleta. Em 15 anos, o atleta de esporte  de aventura percorreu os 26 Estados e o Distrito Federal, passando por 1.380 cidades, em mais de 35 mil quilômetros rodados. Hoje ele faz o mesmo trajeto, contando o que aprendeu para as pessoas, sobre os perigos e a solidão da estrada.

Dag é natural da cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul e decidiu realizar um sonho de um irmão, que foi vítima de um latrocínio, assalto seguido de morte, aos 21 anos. “Era ele que tinha o sonho de fazer esse percurso”, disse o ciclista, que esteve em Mossoró na semana passada, fazendo palestras para estudantes de escolas públicas e particulares.

Ele vem realizando um trabalho educativo que envolve meio ambiente e utilização da água, prevenção contra o uso de drogas e pela não violência. “Tento levar conhecimento da minha experiência, de um desportista que percorreu o país pelo resgate de valores humanos e por uma cultura de paz. Tem gente que acha que é uma loucura, mas tem valido a pena, principalmente em relação aos jovens, posso dizer que muitos escutaram o que eu disse, muitos tomaram meus conselhos”, afirmou.

Além das palestras, ele traz consigo uma exposição fotográfica, que retrata momentos e lugares importantes vividos e visitados nestes 15 anos de viagens em duas rodas. “O objetivo inicial era saber como se sustentar sem patrocinadores em uma viagem como essa, mas tivemos apoio de quase todas as prefeituras, a de Mossoró foi a única que não apoiou a minha ideia, mas em compensação, encontrei um povo muito receptivo”, disse.

Entre as fotos, imagens marcantes de lugares paradisíacos e de situações de extrema pobreza. “Entre as cenas marcantes que vi, está esta de um homem saindo de dentro de um contêiner de lixo e se alimentando do que encontrou no lixo, e vi muitas vezes situações parecidas, enquanto se constroem arenas de estádios de futebol que não matam a fome das pessoas”, continuou.

Dag Carrazzoni trabalha levando projetos intitulados H2O, Paz e Amor, e Igualdade e Liberdade. “Aprendi a dar valor à vida e às pessoas e buscar o que eu quero. Aprendi também que a questão da comida para todas ainda é um assunto a ser resolvido, a fome ainda existe. Vi pessoas se matando por um prato de comida, um copo de água”, contou.

Ele esclarece que o apoio que recebeu das prefeituras durante os percursos, tanto na primeira viagem, quanto agora, são no sentido de alimentação, o trabalho é voluntário. “Nunca pedi dinheiro, mas peço sim o apoio por um prato de comida. Sempre procuro as Secretarias Municipais de Esporte ou Educação. Aqui em Mossoró procurei a de Educação, mas recebi um chá de cadeira e nada de incentivo”, afirmou.

As palestras têm duração de uma hora e meia a duas horas e quarenta minutos. As palestras e a exposição estiveram no Colégio Mater Christi e na Escola Estadual Professor Eliseu Viana. “Sempre faço uma particular, uma pública estadual e outra municipal, só que em Mossoró, a municipal não foi possível, porque a Secretária não quis nem conversa”, afirmou.

Entre as cidades do Rio Grande do Norte que ele visitou, destaca a receptividade do povo de Parelhas. “Tenho muito a agradecer ao povo de parelhas, me trataram como se eu fosse da família, me deram abrigo e comida”, concluiu o ciclista.

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