“É para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gl 5,1)
Criada por Deus à Sua imagem e semelhança, cada pessoa é convidada a aceitar o Seu projeto de Amor, ultrapassando o cumprimento automático e mecânico de leis e normas.
Em Jesus nós encontramos a chave de nossa semelhança divina. Ele é a Palavra exemplar e é n’Ele que o ser humano se reconhece como imagem do Criador e pode responder livremente à Proposta que o Pai Misericordioso lhe dirige. Redimido por Cristo e sustentado pela Graça, é capaz de buscar o bem e superar o mal, no caminho para sua realização.
Por ser criatura de Deus, cada pessoa traz em si distinção própria. Sua vida e dignidade devem ser respeitadas em todas e quaisquer situações. Independente da condição social, cultural, étnica ou religiosa em que se encontre, a vida deve ser respeitada, valorizada, defendida e promovida. Cada ser humano é um administrador da vida, dom de Deus, e não um senhor que dela possa dispor arbitrariamente, manipulando-a ao sabor de interesses ou ideologias.
A Igreja enfatiza o valor da consciência, núcleo mais profundo, sacrário onde a pessoa está a sós com Deus. Pela consciência, podemos avaliar se uma ação, realizada ou por realizar, é ou não moralmente boa e tomar decisões corretas. Jesus ressaltou a importância do coração, que deve ser puro, para que dele não venham más ações.
A consciência moral está sempre em formação, em processo de amadurecimento, e deve ser educada para assumir postura crítica responsável diante dos padrões de comportamento social apresentados pelos meios de comunicação ou ditados pela cultura. A sociedade precisa de homens e mulheres capazes de fundamentar eficazmente, em nome da ética cristã, atitudes e práticas que superem o oportunismo, o utilitarismo, a arbitrariedade, a perversidade e o egoísmo.
A ética cristã é mais do que uma moral normativa. É a ética da aliança, da Vida Nova. Ajuda à compreensão de que ser discípulo de Jesus é fazer a experiência do amor. Experiência sempre limitada, pois carregamos em nós a marca da condição humana.
Por isto, precisamos indicações claras que expressem as melhores possibilidades éticas, no horizonte da liberdade e da fidelidade criativa. A norma moral é um sinal que nos remete à lei que já possuímos dentro de nós, como dádiva de Deus. Nós reafirmamos o desejo de cumpri-la para crescermos em santidade.
Do Primeiro Testamento, recebemos o Decálogo, expressão da aliança que Deus fez com o Povo Eleito através de Moisés no Monte Sinai. São os Dez Mandamentos que acolhemos no coração e cumprimos na vida. Ao longo dos séculos, os Dez Mandamentos têm orientado a conduta do Povo de Deus. Eles devem ser vistos como caminho de vida e de libertação para a pessoa, para a comunidade e para o Povo.
O Decálogo (dez Mandamentos), em sua expressão original, deve ser compreendido no contexto do Êxodo, centro da Antiga Aliança, libertação de Israel da escravidão do Egito. (Ex 20,1-17) E são assim resumidos na tradição catequética da Igreja:
1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar o Seu Santo Nome em vão.
3. Guardar os domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.
Ao ser argüido pelos fariseus e saduceus sobre qual seria o maior mandamento da Lei, Jesus fez uma síntese do Decálogo, mostrando a essência da Lei: o amor a Deus e o amor ao próximo. Na véspera de sua paixão, foi além: “Amem-se uns aos outros como Eu lhes tenho amado. Nisto todos conhecerão que são meus discípulos – se vocês se amarem uns aos outros”.
Fonte: http://www.basilicadocarmocampinas.org.br/catolico_02.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário