“A França, que tem um rebanho caprino estimado em apenas 960 mil cabeças, ganha uma fortuna com o leite e o queijo de suas cabras. O [rebanho] brasileiro é de 14 milhões, dos quais 11 milhões estão no Nordeste”. O dramaturgo Ariano Suassuna (1927-2014), autor de “O Auto da Compadecida”, calculava o potencial de mercado dos caprinos lamentando a falta de incentivo e o desprezo à “pecuária em geral e à cabra em particular”.
“Não é possível que os economistas não se apercebam da importância de um rebanho desse tamanho e que seja um escritor que seja obrigado a falar disso”, prosseguia o poeta. Se estivesse vivo, hoje, Suassuna teria mais um motivo para se queixar. É que o laticínio Grupiara, propriedade da família de seu primo na paraibana Taperoá – a mesma Taperoá onde o dramaturgo foi alfabetizado, tem enfrentado dificuldades para renovar o registro de seus produtos na secretaria agropecuária do Estado.
Os queijos são genuinamente brasileiros, como diz seu sobrinho Joaquim Vilar, que hoje cuida dos negócios da fazenda. O procedimento de renovação do registro já havia sido aprovado em diversas ocasiões anteriores. Mas da última vez, no ano passado, a secretaria determinou a retirada dos nomes “Queijo Arupiara”, “Cariri” e “Borborema”, usados como denominação do produto em seu rótulo. “Evidenciamos que quando estes foram registrados anteriormente foram interpretados como marcas”, diz o órgão.
sindspumc
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