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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Carta de um viciado

Esta carta foi encontrada nos pertences de um viciado em drogas. Ele morreu cinco meses antes desta carta ter sido encontrada. Entretanto, ele havia parado com as drogas, depois de cinco anos de vício, mas seu corpo estava totalmente danificado.

A carta a seguir serve de advertência para todos os jovens, que como ele, entregam-se as viagens imaginárias, as auto afirmações de machismo ou de feminismo e ao inferno dos tóxicos. 

Começa assim:

Rio de Janeiro, 07 de Setembro de 1977.

" A quem encontrar"

Não tenho nada para fazer, não tenho nada de bom para oferecer a ninguém. De mim não resta mais nada - apenas um corpo idiota que pensou que a vida fosse só prazer. Uma mente vazia que se deixou levar por um papo furado sem nenhum fundamento.

Neste momento estou sentado, tenho em uma das mãos um revólver e  na outra uma caneta com a qual redijo esta carta  a quem encontrar.

Sou um viciado, um dependente químico. Comecei com maconha, depois passei para as drogas mais pesadas, hoje tomo picos.

Por maior que seja meu nojo por essas drogas, eu não consigo afastá-la de minha vida, pois a minha dependência é física. Quando os efeitos malditos passam, me sinto tão mal que o único recurso é tomar mais e mais.

Começo a lembrar neste momento tudo como começou: Andava com uns caras que me influenciavam e que diziam, que para ser respeitado como homem, eu tinha que entrar na deles. No entanto, não era nada disso, aquilo tudo era auto afirmação. Eles diziam que era uma boa, que eu iria curtir altas viagens, etc...  Mas, para onde? - Pergunto eu agora. Viajar para a sepultura? - Para longe dos meus verdadeiros amigos? - Para longe dos parentes? - Para longe de tudo?...

Muitos conselhos eu recebi, pessoas que me alertavam para a escravidão do vício. Mas eu afirmava que não era viciado, e a hora que eu quisesses deixar a maconha, eu deixaria. Todos dizem isso, mas dificilmente se consegue vencer o vício.

O tempo foi passando e a maconha já não mais me satisfazia e então comecei a experimenta a cocaína. Hoje em dia, sinto dificuldade em sentir até o cheiro das coisas. Já imaginaram um homem não sentir mais o cheiro das flores, dos perfumes, de nada? Pois é, cada vez  mais dependente, sempre mudando de tóxicos, sempre para o mais forte, sempre um que fizesse mais efeito.

Meus pais separaram-se por minha causa, porque eu causava brigas entres eles.

Saí de casa e fui bater a cabeça por esse mundo. Não havia dinheiro em meus bolsos, mais  eu tinha que manter o meu vício. Então comecei a roubar para comprar as malditas drogas, em vez de comprar alimentos. Enfraqueci tanto fisicamente que o sexo para mim era coisa ultrapassada, pois muitas vezes não sabia o que fazer diante de uma mulher. Tive uma garota que morreu ano passado, porque ela tinha tomado uma dose excessiva de LSD. E o pior de tudo, a dose foi aplicada por mim.

-Oh! Meu Deus! Como pode um homem chegar ao ponto que eu cheguei? - Como eu gostaria de deixar esse maldito vício, poder novamente unir meus pais e devolver a felicidade a muita gente que me conhece.

- Oh! Meu Deus! Se eu não apertar esse gatilho, eu terei que me aplicar nova, e talvez a dose igual a que dei a minha garota.

- Não quero ser covarde e fugir da salvação. Oh! Meu Deus! estou aflito, preciso urgente de uma solução.

- Oh! Meu Deus! Estou fazendo uma coisa que não fazia a muito tempo... e quem sabe... isso não é um bom começo?...

Fonte: soporhoje2

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