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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

CPI Mista da Petrobras pede 52 indiciamentos em relatório

Aprovado ontem relatório que mostrou superfaturamento de US$ 4,2 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, além de indicar que empregados da estatal receberam propina

Presidente em exercício, Gim (ao microfone), e relator, Marco Maia, acompanharam aprovação do relatório da comissão Foto: Edilson Rodrigues

Pedidos expressos de indiciamento de 52 pessoas e a indicação de que a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), pode ter trazido potencial prejuízo de U$ 561,5 milhões aos cofres da Petrobras foram incluídos ao relatório final da CPI Mista da Petrobras. O texto foi aprovado ontem por 19 votos a 8.

As mudanças no relatório apresentado na semana passada foram feitas pelo relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS). Ele esclareceu que decidiu ser mais claro nas recomendações de indiciamentos, porque houve dúvidas em relação ao texto original, que pedia o aprofundamento das investigações.

Maia explicou também que apenas na tarde de segunda-feira recebeu documentação oficial da Controladoria-Geral da União (CGU) que indica a possibilidade de a compra da Refinaria de Pasadena ter sido lesiva à Petrobras. Na primeira versão do relatório, o deputado havia questionado conclusão do Tribunal de Contas da União (TCU) de que a operação dera prejuízo de US$ 792 milhões.

— Pelo exposto e também em sintonia com os encaminhamentos indicados pelo novo documento remetido pela CGU, esta relatoria aponta retificações no Capítulo 6 do relatório para indicar potencial prejuízo de U$ 561,5 milhões aos cofres da Petrobras no que se refere à avaliação feita pela estatal, por ter adotado um valor elevado para o empreendimento adquirido — informou.

Toda a documentação produzida pela CPI mista, inclusive os relatórios paralelos produzidos pela oposição, vai ser encaminhada ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Justiça Federal.

Causas

O relatório final da CPI mista indica um superfaturamento de US$ 4,2 bilhões nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Marco Maia concluiu que não foi convincente a justificativa da Petrobras de responsabilizar agentes externos pelo aumento nos custos. Para ele, as causas foram outras, como a substituição das licitações por convite na contratação de obras e serviços.

A comissão aponta fortes indícios de que empregados da Petrobras receberam propina da empresa holandesa SBM Offshore. Segundo o texto, o possível corruptor seria o representante da SBM, Julio Faerman. Foram também identificadas deficiências no sistema de segurança nas atividades marítimas de petróleo e gás natural.

Ao aprovar o relatório oficial, a CPI mista rejeitou dois textos paralelos da oposição. No principal, consolidado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), cinco partidos (PSDB, DEM, PPS, PSB e SD) pediram o indiciamento da presidente da Petrobras, Graça Foster, por dois crimes: o de prevaricação, por não ter revelado às autoridades as irregularidades na Abreu e Lima, e o de falso testemunho, já que, ao depor à CPI em 11 de junho, Graça negou ter informações sobre pagamento de propina pela SBM.

O relatório da oposição também recomendou o imediato afastamento de Graça Foster da Presidência da Petrobras, bem como o de todos os conselheiros e diretores. Há ainda o pedido de indiciamento de outras 59 pessoas. Entre elas, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli, o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e o deputado cassado Andre Vargas (sem partido-PR).

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) também apresentou um relatório paralelo que não chegou a ser votado. Ele recomendou a substituição de toda a diretoria da empresa.

Jornal do Senado

(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)

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