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sábado, 23 de janeiro de 2016

RIMANDO: Invernia pueril de Zenóbio Oliveira

A nuvem no céu se move,

E abundante goteja,

No chão do meu eu criança,

Nos canteiros da lembrança,

Saudade é flor que viceja,

Todas as vezes que chove.

 

Vejo as manhãs borrifadas,

Do lugarejo pacato,

Sinto o cheiro bom do mato,

Do sertão das Aguilhadas...

 

Em revoltosos balanços,

De correntes opulentas,

O rio abaixo se expande,

Eu nado na Pedra Grande,

Por essas águas barrentas,

Rodopiando em remansos.

 

No imo das enxurradas,

Meu lembramento mergulha,

E minha alma é borbulha,

Do rio das Aguilhadas...

 

Toda campina se inunda,

Com o brilho verde do pasto,

Que vai além do que vejo,

Cada atalho sertanejo,

Tem a impressão de um rasto,

Dum pé que na lama afunda.

 

Minhas infantes passadas,

Neste gentil chão, impressas,

São marcações às avessas,

Na alma das Aguilhadas...

 

A minha vida é viúva,

Destes momentos felizes,

Que minha saudade encerra,

Minh ’alma é feita de terra,

E tem profundas raízes,

Com esperanças de chuva.

 

Pelas férteis semeadas,

Pululam tempos risonhos,

Como pululam meus sonhos,

Nas roças das Aguilhadas.

http://zenobiooliveira.blogspot.com.br/

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