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domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal dos excluídos nos contrastes de Mossoró

Natal é uma data tradicionalmente dedicada à fraternidade, de reunião de famílias, de sentar à mesa para a ceia natalina. Porém, essa tradição é privilégio de poucos. Além dos exorbitantes preços dos itens do jantar, muitos não têm com quem confraternizar.

São pessoas que vivem à margem da sociedade, enfrentando graves problemas decorrentes, em grande parte, de desajustes familiares. Gente acostumada com a solidão, imersa na pobreza, sem muitas oportunidades ou amigos.
Trata-se de indivíduos que não são lembrados para confraternizações, que não recebem convites para reuniões sociais, cuja dificuldade financeira impede o privilégio de dar ou receber presentes. Para essas pessoas, o Natal é só mais um dia.
É o caso do guardador de carros Diego Richarlison. Para ele, o Natal é uma data como outra qualquer, uma noite comum. Longe da família e com poucos amigos, passa a noite de Natal onde dorme e vive todas as noites: na Praça dos Seresteiros, Centro.
No máximo, reunido com poucos semelhantes, compartilhando a solidão diária que, de tão cotidiana e antiga, tornou-se comum. "Faz nove anos que passo o Natal longe da minha família", conta.
Acostumou-se com a distância dos entes querido. Mas o Natal o sensibiliza, confessa. "Nesse período, a gente pensa mais na família, sente mais falta, mas não há muito o que fazer, a gente vai levando, superando", conta.
O exemplo de Diego Richarlison é emblemático. Ele é apenas mais um entre milhares de pessoas que vivem na miséria em Mossoró, gente que não se beneficia com o crescimento da cidade, que não consegue se inserir no propagado ufanisticamente "boom de prosperidade".
Como ele, milhares de pessoas estão em dificuldades e certamente não podem comemorar no Natal. Estudo divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 5.944 pessoas moram em favelas e similares.
Segundo os dados oficiais, 1.604 domicílios ficam em favelas ou agrupamentos semelhantes. Ou seja, são pessoas morando em barracos, casas ou outras moradias consideradas carentes em conjuntos resultantes de ocupação ilegal de terra.
São favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades ou vilas que abrigam, no mínimo, 2,29% da população mossoroense, segundo o IBGE. Pessoas que desfrutam de uma forma modesta da tradicional ceia natalina, ou que na maioria das vezes, nem mesmo desfrutam. São cidadãos que nesta época só lembram da alegria do Natal através da solidariedade de outros, que através de campanhas de arrecadação de brinquedos ou alimentos proporcionam um momento de felicidade.
Mas a realidade é bem mais dura. Há pessoas que nem barracos possuem para morar e que as campanhas natalinas não as alcançam. Pessoas como Diego Richarlison, que passarão o Natal na solidão, na miséria, mas sem perder a esperança de um dia a vida lhe sorrir. E de poder celebrar o Natal.

Fonte: http://www.omossoroense.com.br/

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